O Dia Mundial do Ceratocone, celebrado em 10 de novembro, reforça a importância da prevenção e do diagnóstico precoce dessa doença que altera o formato da córnea e pode comprometer a visão de forma progressiva.
O ceratocone costuma surgir na infância ou adolescência e tem origem genética, mas fatores externos influenciam diretamente sua evolução. De acordo com o Dr. Cláudio Castro Curi, chefe do departamento de Lente de Contato do Instituto de Olhos Ciências Médicas (IOCM), alergias, inflamação ocular e o hábito de coçar os olhos estão entre os principais gatilhos da doença.
O especialista destaca que quadros frequentes de coceira devem ser avaliados por um oftalmologista, muitas vezes com apoio de alergistas e otorrinolaringologistas, para controlar as causas que agravam o problema.
A detecção precoce também pode ser feita em crianças com baixa visual, por meio da topografia corneana, exame simples e eficaz para identificar alterações iniciais.
Entre as novidades em estudo, está o uso oral da vitamina B2 associado à exposição solar controlada, combinação que tem mostrado potencial para estabilizar a córnea e evitar intervenções futuras.
Atualmente, o tratamento segue etapas que vão desde o uso de óculos e lentes de contato até procedimentos como o cross-linking, que fortalece a córnea com a ação da luz ultravioleta, e o implante de anéis intraestromais.
O transplante de córnea permanece como alternativa apenas para casos avançados, já que as técnicas atuais têm conseguido estabilizar a doença com maior eficiência.
A conscientização sobre o ceratocone deve ser contínua. Evitar coçar os olhos e procurar atendimento oftalmológico diante de sintomas como visão embaçada, sensibilidade à luz e mudanças frequentes no grau dos óculos são atitudes simples que fazem toda a diferença na preservação da saúde ocular.
